Encontros Propagulares: mergulhe nos saberes do mangue no CCBB Rio

Educação ambiental, arte e saberes tradicionais se encontram na Baía de Guanabara

A ONG Guardiões do Mar convida escolas, educadores e comunidades a viver uma experiência única de educação ambiental e arte no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB Rio).

Entre novembro de 2025 e janeiro de 2026, o projeto Encontros Propagulares transforma o espaço cultural em um território vivo de aprendizado, convivência e celebração da natureza.

A iniciativa une arte, ciência e saberes tradicionais das comunidades costeiras da Baía de Guanabara, propondo um mergulho profundo no universo dos manguezais, ecossistemas essenciais para o equilíbrio climático e a cultura local. Assim, o projeto busca aproximar o público da sabedoria e da força regeneradora desse ambiente.


Exposição Manguezal: arte inspirada na força viva do mangue

Os Encontros Propagulares fazem parte da exposição Manguezal, que será inaugurada em 29 de outubro de 2025 no CCBB Rio. A mostra reúne cinquenta obras de artistas consagrados e contemporâneos inspiradas nesse bioma rico em biodiversidade e simbolismo.

As atividades educativas incluem visitas guiadas, oficinas e conversas abertas com artistas, educadores e lideranças dos povos do mar. Além disso, todas as ações são gratuitas e acessíveis, realizadas em parceria com o Ateliê do Encontro, o que amplia a inclusão e a participação social.

“O mangue é um estúdio pulsante de vida. Nossa proposta é aprender com ele, com sua forma de se conectar, regenerar e multiplicar”, explica Gabriela Bandeira, artista e pesquisadora responsável pela coordenação artística do projeto.


Guardiões do Mar: 27 anos de defesa dos ecossistemas costeiros

Sediada em São Gonçalo, a ONG Guardiões do Mar atua há mais de duas décadas na proteção dos ecossistemas costeiros e marinhos da Baía de Guanabara.
Com o Encontros Propagulares, a organização valoriza o conhecimento tradicional e o papel das comunidades locais na conservação ambiental.

Dessa forma, o projeto promove uma verdadeira ponte entre ciência, arte e saber popular. Cada vivência será conduzida por mestres e mestras dos saberes tradicionais, como pescadores, quilombolas e artesãos que transformam suas práticas cotidianas em caminhos de aprendizado e resistência cultural.


Mestres e mestras dos saberes do mangue

Os encontros ganham vida pelas mãos de quem vive e cuida da Baía de Guanabara. Por isso, cada oficina é também um espaço de escuta e partilha. Enquanto isso, o público é convidado a conhecer e valorizar os modos de vida que resistem nas margens do manguezal.

Aline Luz, da Ilha de Itaóca (São Gonçalo), apresenta o puçá, instrumento artesanal de pesca, revelando o valor afetivo e ancestral da atividade.
Dona Almirena, do Quilombo do Feital (Magé), ensina “a sabedoria do trançar dos dedos”, transformando taboa, junco e tiririca em tramas e cestarias.
Tinguá, também da Ilha de Itaóca, convida à reflexão sobre o equilíbrio entre sustento e conservação a partir da pesca de espinhel.
Ném, do Quilombo do Feital, compartilha suas artes de captura de caranguejos e mostra como a pesca artesanal pode ser técnica e poesia.
Didino, de Magé, recria os Currais, engenhos de pesca ancestrais que se tornaram símbolo de arquitetura viva e sabedoria ambiental.
Gilson e Rita, casal de Itambi (Itaboraí), apresentam o trançar das redes de pesca como metáfora de cooperação, afeto e regeneração coletiva.

“Cada um desses mestres traz consigo uma história de resistência e amor pela Baía de Guanabara. São eles que mantêm o fio da memória e nos ensinam que o conhecimento também nasce das marés”, destaca Gabriela Bandeira.


Educação ambiental e cultura oceânica como maré viva

Além das atividades presenciais, o projeto resultará em materiais de educação ambiental e conteúdos digitais voltados para escolas e redes comunitárias, ampliando o alcance das ações formativas.

O encerramento, chamado Maré de Diálogos, acontecerá em 26 de janeiro de 2026, data em que se celebra o Dia Mundial da Educação Ambiental.
Nesse dia, artistas, educadores, pesquisadores e lideranças comunitárias se reúnem em uma grande roda de conversa sobre arte, ativismo e mudanças climáticas.

Consequentemente, o evento se torna um espaço de troca, reflexão e fortalecimento das redes que atuam pela sustentabilidade e pela valorização dos saberes do mar.

“O manguezal é muitas vezes visto como sinônimo de sujeira e desordem. Queremos quebrar esse preconceito e mostrar seu verdadeiro valor, um espaço de cultura, ancestralidade e equilíbrio climático”, afirma Carolina Waite, doutora em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros.


Programação dos Encontros Propagulares

Encontro 1 | 12 de novembro de 2025

Corpos de mangue e técnicas de armadilhas de pesca
10h às 12h — com Aldenir Couto
14h às 16h — com Tinguá, pescador da Ilha de Itaóca

Encontro 2 | 19 de novembro de 2025

Curral vivo do Manguezal
14h às 16h — com Didino, pescador do bairro da Piedade (Magé)

Encontro 3 | 27 de novembro de 2025

Pesca artesanal pelas mãos e corpos femininos
10h às 12h — com Almirena, artesã e pescadora quilombola do Feital (Magé)
14h às 16h — com Aline Luz, pescadora da Ilha de Itaóca (São Gonçalo)

Encontro 4 | 6 de dezembro de 2025

Redes de pesca e pedagogias do mar
14h às 16h — com Gilson e Rita, pescadores de Itambi (Itaboraí)

Encontro 5 | 26 de janeiro de 2026

Maré de Diálogos – Encerramento e celebração do Dia Mundial da Educação Ambiental


Serviço

📍 Local: CCBB Rio de Janeiro — Rua Primeiro de Março, 66, Centro
🎟️ Entrada gratuita, mediante agendamento para escolas e instituições parceiras.
🌊 Realização: ONG Guardiões do Mar
🤝 Parceria técnica: CCBB Rio de Janeiro e Andrea Jakobsson Estúdio

Feito com compromisso político afetivo pela Arte vetorial de uma espiral Kangen Comunidade Criativa