Em setembro de 2024, a ONG Guardiões do Mar deu vida à ação “Descendo o Rio Somos Oceano: Conexão Serra ao Mar”, respondendo ao chamado do Movimento Pororoca.
A iniciativa reuniu 87 participantes — mais da metade mulheres — em um esforço colaborativo que percorreu as comunidades da Região Serrana até a Baía de Guanabara.
O objetivo: demonstrar a interdependência vital entre esses ecossistemas, reforçando a mensagem de que a proteção do oceano começa muito antes de suas águas.
Essa mobilização, promovida pela Cátedra UNESCO para Sustentabilidade do Oceano, ganhou destaque no palco Pororoca durante a SP Ocean Week 2024. A ação está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em especial o ODS 14 – Vida na Água, e conta com o apoio da Década do Oceano, promovida pelas Nações Unidas.
A força da iniciativa reside no compromisso com uma cultura de sustentabilidade marinha e no engajamento comunitário para a proteção dos ecossistemas oceânicos.
Mobilização dos jovens dos ecoclubes realizam a intervenção “O manguezal começa aqui!”
A atividade começou em Cachoeiras de Macacu, onde jovens do Ecoclube Serra Mar — parte do Projeto Sou do Mangue — realizaram a intervenção “O manguezal começa aqui!”.
Pintando mensagens educativas ao redor de bueiros e bocas de lobo, eles chamaram a atenção para a importância dos manguezais como guardiões naturais dos rios, filtrando poluentes e garantindo a saúde dos mares.
Seguindo o fluxo dos rios, o movimento chegou aos manguezais de Magé e Guapimirim. Lá, a Operação LimpaOca, liderada pelo Projeto Do Mangue ao Mar, promove a limpeza dos manguezais, mostrando como essas ações contribuem para reduzir o acúmulo de lixo nos mares e proteger a saúde dos oceanos.
A atividade contou com um jogo interativo para os pescadores que evidenciou como os fluxos e correntes no ambiente aquático mostram que tudo está conectado. As ações continuaram até Duque de Caxias, onde coletivos como o Coletivo Ambiental Mirim (CAM) e os Agentes Ambientais do Projeto EDUC mobilizaram a comunidade escolar para uma série de atividades educativas, inspirando jovens a entenderem o impacto do descarte inadequado de resíduos e a importância de proteger os ecossistemas marinhos desde a base escolar.
“Esta iniciativa destacou como nossas atividades de conservação costeira e marinha, ciência, formação continuada e os projetos voltados às comunidades tradicionais e socioambientalmente vulneráveis se complementam na promoção da Cultura Oceânica”, explica Anna Carolina Braz, coordenadora de comunicação da ONG Guardiões do Mar.
A ação também foi um exemplo de inclusão e equilíbrio de gênero, com a participação de diversos coletivos, e garantiu acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva, graças ao envolvimento do Ateliê do Encontro.
Dessa forma, o Movimento Pororoca mostrou que a proteção ambiental é uma tarefa que une e dá voz a todos.
Com o Movimento Pororoca, a Guardiões do Mar espera fortalecer uma rede de colaboração entre diferentes regiões e grupos comunitários, promovendo uma cultura de sustentabilidade marinha que conecta a Serra ao Mar e inspira futuras ações na Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara.